Objetivo: Realizar uma revisão de literatura sobre a relação entre o uso de dispositivos eletrônicos durante o isolamento social provocado pela pandemia de COVID-19 e o aumento da incidência de complicações oftalmológicas em crianças e adolescentes. Métodos: Conduziu-se uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados: Embase e Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), nos últimos 3 anos, tendo como critérios de inclusão para a seleção: ensaios clínicos, estudos observacionais e revisões sistemáticas. Os critérios de exclusão basearam-se em estudos fora da temática abordada e revisões da literatura. Resultados: O uso de dispositivos eletrônicos aumentou durante a pandemia de COVID-19, seja em decorrência do formato adotado de educação à distância (EAD) ou pelo uso crescente de telas para fins de lazer. Estudos relacionam o tempo de exposição, tamanho das telas e diminuição da prática de atividades ao ar livre com maiores riscos para desenvolvimento ou intensificação de problemas oculares como a miopia, olho seco, fadiga digital ocular e ceratoconjuntivite vernal. Discussão: O uso de telas para educação e lazer por crianças e adolescentes de idade escolar durante o fechamento de escolas e medidas de distanciamento social foi um fator determinante para o aumento dos índices de oftalmopatias, doenças com um perfil variado de acordo com existência ou não de distúrbios prévios. Considerações finais: Os novos hábitos adquiridos durante as medidas de isolamento social resultaram em um cenário de exposição prolongada aos dispositivos eletrônicos, dessa forma a população, principalmente a pediátrica, esteve mais vulnerável ao desenvolvimento e acentuação de problemas oculares.