A Atenção Primária à Saúde no Brasil é organizada principalmente pela a Estratégia de Saúde da Família, fortalecida pelo Núcleo de Apoio à Saúde da Família, que presta apoio técnico-pedagógico às equipes seguindo o referencial do matriciamento, que busca transformar as dinâmicas de poder e fortalecer as competências dos profissionais para lidar com demandas de saúde mental. Todavia, existem desafios relacionados à diferença de atuação entre as equipes e à compreensão das funções do NASF. Este estudo visa descrever a respeito das potencialidades e dos impasses no trabalho do apoio matricial em saúde mental na Atenção Primária. É um estudo de revisão integrativa da literatura, por meio das bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Google Scholar (Google Acadêmico). Foi utilizado os descritores “Saúde Mental”, “Atenção Básica or Atenção Primária” localizados nos Descritores em Ciência da Saúde (DeCS) e “Matriciamento”, que, por sua vez, ainda não está localizado no DeCS, em cruzamento com o booleano and. Após os critérios de elegibilidade foram selecionados 13 artigos. O matriciamento aplicado de maneira correta possui diversas potencialidades, surge como uma estratégia pedagógica e terapêutica, visando a promoção de um cuidado compartilhado e integral, incluindo a saúde do usuário e a qualificação dos profissionais da rede. Contudo, o despreparo dos profissionais, a pouca articulação entre as equipes de referência, a alta rotatividade dos profissionais vinculados ao apoio matricial e o estigma sobre os pacientes em saúde mental são alguns dos impasses que dificultam as práticas de matriciamento na Atenção Primária. Foram identificadas várias contribuições do trabalho matricial frente às equipes de referência, como promoção do cuidado e capacitações continuadas. Também, alguns desafios, como o déficit na formação profissional referente a saúde mental, que contribui para lógica de encaminhamentos e sobrecarga dos serviços especializados.