Objetivo: avaliar a relação entre variáveis pessoais e laborais de profissionais que atuam em serviços de saúde mental com danos psicológicos. Método: estudo transversal desenvolvido em 18 serviços de saúde mental do Rio Grande do Sul. Coleta de dados de outubro de 2021 a julho de 2022, com questionário pessoal/laboral e a Escala de Danos Relacionados ao Trabalho. Análise descritiva e inferencial, com nível de significância de 5%. Foram respeitados os aspectos éticos que regem pesquisas com seres humanos. Resultados: Participaram 141 profissionais de saúde. A maioria atuava em Centro de Atenção Psicossocial, não haviam sofrido acidente de trabalho e não afastaram-se do trabalho por doença nos últimos seis meses. Evidenciou-se risco baixo para danos psicológicos. Houve associação entre as variáveis acidente de trabalho e risco médio para danos psicológicos e afastamento do trabalho por doença nos últimos seis meses e risco alto. Discussão: mesmo diante das adversidades relacionadas ao trabalho, os profissionais apresentam baixo risco para sentimentos negativos em relação a si mesmo e à vida em geral, o que indica um cenário positivo. No entanto, atuar na saúde mental expõe os profissionais a maiores cargas de trabalho e condições desfavoráveis, que podem provocar o adoecimento do trabalhador. A tensão mental junto às pressões do ambiente laboral pode favorecer a ocorrência de acidentes de trabalho. Conclusão: percebe-se que os afastamentos do trabalho por doença e a ocorrência de acidentes nestes profissionais estão relacionados a presença de sentimentos negativos em relação a si mesmo e à vida (danos psicológicos), em virtude do trabalho. Assim, estratégias para a melhoria do ambiente laboral e apoio psicológico aos trabalhadores são essenciais para a redução dos danos à saúde.