O tratamento da leucemia linfoblástica aguda (LLA) avançou consideravelmente nas últimas décadas, resultando em uma maior expectativa de vida desses pacientes e efeitos adversos a longo prazo. Objetivo: realizar revisão sistemática da literatura para identificar as principais repercussões sistêmicas a longo prazo em crianças e adolescentes sobreviventes, após o tratamento de LLA. Metodologia: trata-se de uma revisão sistemática, observacional e analítica de corte transversal. Delineado a partir das etapas: Identificação da questão norteadora; Seleção das fontes de pesquisa; Seleção dos estudos ao considerar os critérios de inclusão e exclusão; Extração dos dados e mapeamento dos resultados. O processo incluiu o total de 26 artigos. Resultados e Discussão: o principal sistema acometido a longo prazo após o tratamento da LLA é o neurológico, sendo as alterações cognitivas o principal efeito tardio relatado. As alterações cognitivas o principal efeito tardio relatado. As alterações endocrinológicas estabelecem repercussões importantes na qualidade de vida dos sobreviventes, a obesidade é o principal efeito tardio. Em relação ao tratamento, as antraciclinas apresentam uma íntima relação com as disfunções cardiovasculares. A radioterapia craniana foi associada a um maior número de efeitos adversos do SNC; o metotrexato foi relacionado a distúrbios psiquiátricos; e a ciclofosfamida se associa à disfunção sexual. As repercussões psicossociais relacionam-se com as condições sistêmicas e estigmatização social do paciente oncológico, principalmente a ansiedade. Considerações finais: Ressalta-se a importância do rastreio e acompanhamento das possíveis comorbidades que o paciente está suscetível a desenvolver. Sugerimos medidas profiláticas com o uso de exames de rastreio como ecocardiograma, dosagem laboratorial de vitamina D e B12, densitometria óssea, acompanhamento multidisciplinar precoce.