É sabido que toda e qualquer atividade praticada de maneira indiscriminada pode gerar prejuízos a longo prazo. Dessa forma, no caso das tecnologias e mídias digitais, estudos comprovam que o uso irregular pode causar danos no neurodesenvolvimento e entraves ligados ao equilíbrio e à saúde mental; afetando sobretudo crianças e adolescentes. Este trabalho buscou reconhecer a relação existente entre a exposição à internet e às mídias sociais com os prejuízos à saúde mental. Foi realizada uma revisão integrativa com coleta de dados na Pubmed, SciELO, UpToDate e Science Direct. Do total de 40 artigos identificados, exclui-se os documentos de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, restando 22 artigos para serem analisados. Como resultado, constatou-se aumento geral no uso de smartphones durante o decorrer da pandemia de Covid-19 na faixa etária entre 0 a 12 anos. Além disso, fatores relacionados à plasticidade sináptica, juntamente com a maturação tardia do encéfalo da criança e adolescente demonstrou maior vulnerabilidade desse grupo ao desenvolvimento de dependências referentes ao uso de telas, smartphones e videogames. Ainda é possível estabelecer relação entre o uso inadequado das tecnologias com a incidência de transtornos alimentares, transtornos ansiosos e de humor, causando obstáculos para um neurodesenvolvimento saudável também (atraso nos marcos do desenvolvimento). Portanto, é importante um trabalho multidisciplinar com a finalidade de garantir uma melhora na saúde mental dos pacientes afetados; com abordagens na escola, apoio familiar, psicoterapia e terapia cognitivo comportamental. Considerando as recomendações da Sociedade Americana de Pediatria: crianças abaixo de 18 meses não devem ser expostas a telas; crianças de 18 meses a 5 anos podem ser expostas no tempo máximo de 1 hora por dia; de 6 a 10 anos tempo máximo de 2 horas por dia; e de 11 a 18 anos tendo tempo máximo de 3 horas por dia.