Objetivo: elucidar a prevalência e os fatores associados ao desenvolvimento de transtornos alimentares na adolescência. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura por meio da busca pelos descritores (DeCS/MeSH) “Eating disorder” e “Children” na base de dados PubMed. Foram incluídos estudos de revisão publicados nos últimos 5 anos, disponíveis gratuitamente, em português ou inglês, resultando em 20 artigos. Resultados e discussão: Os transtornos alimentares advém de formas distintas do indivíduo tentar ganhar ou perder peso (esse último, em sua grande maioria) para satisfazer sua imagem corporal. Alguns dos principais tipos são anorexia nervosa, bulimia nervosa e compulsão alimentar. A compulsão alimentar pode levar à obesidade na infância e na adolescência, constituindo um fator de risco, bem como a obesidade pode aumentar as chances desse transtorno por associar-se a populações de sobrepeso. Destarte, percebe-se que comportamentos alimentares irregulares e obesidade na infância e na adolescência configuram-se desafios importantes no século atual, principalmente porque ambos envolvem a figura de uma imagem corporal negativa em que os adolescentes estão expostos. Quanto à anorexia nervosa, observa-se frequentemente comprometimento do crescimento e atraso puberal em adolescentes com tal transtorno, sendo influenciado pelo momento de seu baixo peso em relação ao desenvolvimento puberal. Ainda, evidencia-se que imagem corporal é um construto multidimensional que envolve percepções, comportamentos, cognições e emoções relacionadas ao corpo de um indivíduo e, portanto, representa um dos fatores de risco mais robustos para o desenvolvimento de transtornos alimentares. Considerações finais: o principal meio para o aparecimento e continuidade desses distúrbios é a fase de desenvolvimento físico e psicossocial com imaturidade proeminente, associado aos transtornos psiquiátricos com comportamento anormal de alimentação e/ou controle de peso. Pode-se considerar os transtornos alimentares como um problema de saúde pública em crescimento, sendo notório o aumento da prevalência desses casos na população pediátrica.