Objetivo: Conhecer as percepções de mulheres de uma comunidade quilombola rural sobre saúde, acesso aos serviços de saúde e racismo. Metodologia: Abordagem descritiva, exploratória e qualitativa. Foram entrevistadas 26 participantes da comunidade quilombola entre novembro de 2022 e março de 2023. A coleta de dados foi realizada por meio de visitas à comunidade e entrevistas semiestruturadas, utilizando o método de evocações. As informações foram posteriormente analisadas utilizando o software WordClouds.com e para a análise das entrevistas, foi empregada a Análise de Conteúdo, proposta por Bardin. A pesquisa seguiu os preceitos éticos para a pesquisa com seres humanos. Resultados e Discussão: As percepções das mulheres quilombolas sobre saúde são marcadas pela negligência, desigualdade e sentimento de sofrimento. No tocante ao acesso aos serviços de saúde, os termos mais recorrentes foram: dificultado, negligência e precário. Em relação ao racismo, as palavras mais frequentemente evocadas foram violência, desumano e real. A análise evidenciou o racismo institucional presente na prestação de cuidados de saúde a essa comunidade, bem como a falta de capacitação dos profissionais de saúde. Considerações finais: Os resultados possibilitam uma discussão sobre os cuidados de saúde oferecidos à população quilombola no sul do país e proporciona espaço para reflexões e estudos futuros neste domínio, visando tornar os serviços de saúde mais equitativos e integrados.