O sistema de saúde no Brasil ainda contempla um modelo intervencionista, hospitalocêntrico, que valoriza as tecnologias duras e a medicalização, e que não impactam na promoção de saúde e prevenção de doenças. Por outro lado, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) norteiam os currículos a romperem com o foco na doença e avançar rumo à promoção da saúde considerando a realidade social e individual. É nesse contexto que as Práticas Integrativas Complementares (PICs) começam a ganhar espaço. Objetivo: Realizar uma revisão na literatura sobre o uso e os efeitos das PICs no cenário da APS no Brasil. Metodologia: Buscou-se por artigos dos tipos ensaio clínico, qualitativo, transversal, com envolvimentos dos atores - profissionais de saúde, gestores e usuários, nos últimos 10 anos, no banco de dados Scielo; além de publicações do Ministério da Saúde (MS) relacionadas ao tema, utilizando o cruzamento dos descritores em português: práticas integrativas e complementares, atenção primária à saúde, atenção básica. Resultados e Discussão: Foram encontradas 71publicações, destas foram utilizadas 15, além de cinco publicações do MS. Observa-se um aumento gradativo do uso das PICs na APS. As PICs mais conhecidas Auriculoterapia, Acupuntura, Meditação, Terapia de florais, Reiki, Terapia comunitária integrativa, Fitoterapia, além de alguns grupos terapêuticos considerados integrativos. Alguns efeitos associados às PICs: relaxamento, bem-estar, alívio da dor, de transtornos mentais comuns (como estresse e ansiedade), redução da medicalização, estreitamento do vínculo, empoderamento dos usuários e promoção de saúde. Considerações Finais: O uso das PICs tem respondido às demandas em saúde mais prevalentes na APS (como dores crônicas e problemas relacionados à saúde mental). Porém, apesar da institucionalização das PICs pelo Sistema Único de Saúde desde 2006 e de uma ampliação gradativa na APS, percebe-se que há necessidade de mais pesquisas, capacitação dos profissionais de saúde e apoio da gestão.