Objetivo: Analisar os aspectos epidemiológicos das DHEG em mulheres negras, com ênfase na prevalência e morbimortalidade, e seus impactos. Metodologia: O presente estudo trata-se de uma revisão da literatura realizada nas bases de dados PubMed, BVS e Embase por meio dos descritores em saúde “Maternal Mortality”, “Pré-Eclampsia”, “Eclampsia”, “Hypertension Pregnancy-Induced”, “HELLP Syndrome” e “Prevalence”, associados pelos operadores booleanos “AND” e “OR”, que utilizou artigos produzidos nos últimos 5 anos sobre a temática. Resultados e Discussão: Um total de 12 estudos analisou internações por hipertensão severa e a prevalência de DHEG em mulheres negras, independentemente da localização. Foi observada uma maior prevalência de DHEG e seus agravos entre esse grupo, embora não se tenha encontrado uma relação causal definitiva com a etnia. Mulheres negras são frequentemente associadas a um maior risco de pré-eclâmpsia e eclâmpsia, e nascidas no mesmo país podem ter mais risco de pré-eclâmpsia do que estrangeiras. Além disso, há maior risco de AVE, e a mortalidade materna elevada pode ter componentes genéticos, agravados por condições precárias de parto. Considerações Finais: A alta prevalência de DHEG em mulheres negras evidencia a grande fragilidade que os sistemas de saúde possuem no que tange a oferecer detectar e suprir as necessidades de saúde desse grupo, uma vez que essa maior incidência se liga diretamente a fatores assistenciais à saúde, como o baixo acesso a um pré-natal de qualidade. Poucos estudos estabeleceram uma associação genética, o que endossa o fato de que mesmo que diversos fatores estejam envolvidos no desenvolvimento de alguma DHEG, ao analisar seus aspectos epidemiológicos e comparar os fatores supracitados entre grupos étnicos distintos, o racismo estrutural se evidencia como um fator determinante para seu desenvolvimento.