Introdução: A alta altitude, caracterizada por redução da pressão barométrica e da pressão parcial de oxigênio, impõe desafios fisiológicos significativos ao organismo humano, especialmente aos sistemas respiratório e cardiovascular. Objetivo: Dessa forma, este estudo teve como objetivo revisar sistematicamente os efeitos positivos da exposição à alta altitude sobre a função respiratória, com ênfase nos parâmetros espirométricos e suas implicações clínicas. Metodologia: Os estudos foram selecionados a partir de uma base de dados PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), considerando publicações entre 2015 e 2025, nos idiomas português, inglês e espanhol. Foram incluídos estudos observacionais e ensaios clínicos que abordassem adaptações respiratórias em populações expostas cronicamente ou agudamente à altitude. Resultados e discussão: Foram selecionados 11 estudos, agrupados em dois perfis: indivíduos nativos de alta altitude, com adaptações genéticas e fisiológicas (como maior CVF e VEF1), e residentes ao nível do mar expostos agudamente, que apresentaram aclimatação respiratória e hematológica. A produção aumentada de óxido nítrico (NO) e eritropoetina (EPO) também foi observada, com efeitos protetores frente à hipóxia. Além disso, a terapia climática em regiões de altitude demonstrou benefícios em pacientes com doenças respiratórias e alérgicas, como asma brônquica. Os achados destacam a importância de considerar a altitude em equações espirométricas de referência e na personalização de estratégias terapêuticas. Considerações finais: Diante do exposto, conclui-se que a altitude pode representar tanto um fator adaptativo quanto terapêutico, sendo necessária a ampliação de estudos voltados às suas aplicações clínicas.